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Covid19: Será que os Protocolos de Higiene são suficientes para a eliminação do vírus?

2020-10-28


​Mais do que nunca, o foco é a limpeza e higiene profissional, e a indústria da limpeza como um todo, tem a enorme responsabilidade de ajudar a restaurar a confiança, garantindo que os padrões de higiene correctos são cumpridos.
A revista ECJ falou com empresas deste sector, sobre os pontos-chave de que todos os profissionais de limpeza devem estar cientes, ao tomar decisões sobre que tipo de processo de limpeza realizar, em diferentes ambientes.
 
Limpeza versus desinfecção
A limpeza é a remoção de microorganismos. Se limpar uma superfície, pode usar água e sabão, um detergente e remover a sujidade, incluindo muitos dos microorganismos. Ao limpar as mãos, você pode usar água e sabão.
Desinfectar significa utilizar um produto que mata os mesmos nas superfícies. A desinfecção refere-se apenas à eliminação de microorganismos de uma superfície ou ambiente. Quando utilizamos um gel de álcool para as mãos, matamos os microorganismos. Isto equivale à desinfecção da superfície nas mãos.
 
Coronavírus e desinfecção
Quando se fala especificamente do novo Coronavírus, não há necessidade de complementar os protocolos de desinfecção habituais com medidas adicionais. Mas deve haver uma diferença entre instalações de saúde e outras.
As práticas de desinfecção são importantes para reduzir o potencial de contaminação do vírus da Covid-19, em ambientes não relacionados com a saúde, como em casa, escritório, escolas, universidades, edifícios acessíveis ao público, centros comunitários, religiosos, mercados, transporte e ambientes comerciais ou restaurantes.
Superfícies de alto contacto nessas instalações, não relacionadas com a saúde, devem ser identificadas para desinfecção prioritária, como puxadores de portas e janelas, áreas de cozinha e preparação de alimentos, bancadas, superfícies de casa de banho, loiças sanitárias e torneiras, dispositivos pessoais com ecrãs tácteis, teclados de computadores e superfícies de trabalho.
Em ambientes não relacionados com a saúde, o hipoclorito de sódio (lixívia) pode ser usado numa concentração recomendada de 10%. O Álcool a 70 por cento também pode ser usado para desinfecção de superfícies. As superfícies devem ser limpas com água e sabão ou detergente para remover a sujidade, seguido de desinfecção.
A limpeza deve sempre começar da área menos suja, para a área mais suja, a fim de não espalhar a sujidade nas áreas menos sujas. Todas as soluções desinfectantes devem ser armazenadas em recipientes opacos, numa área coberta e bem ventilada, não exposta à luz solar directa e, idealmente, deve ser preparada no momento, todos os dias.
Em relação às unidades de saúde, se os protocolos de higiene ambiental estiverem a ser implementados e cumpridos, todos os passos necessários estarão presentes. A principal necessidade é manter o foco dos colaboradores na implementação dos protocolos certos. Essa é a maneira de garantir que a conformidade com os protocolos é a melhor possível.
 
Reivindicações de desinfecção
Vários fabricantes afirmam produzir produtos que oferecem desinfecção que dura por longos períodos. Até agora, a Clean Hospitals não encontrou nenhuma evidência laboratorial e nenhuma evidência clínica da real utilidade desse tipo de abordagem. Esta entidade de saúde britânica confirma que as superfícies permanecem protegidas de vírus, bactérias ou parasitas, por apenas algumas horas, especialmente devido ao contacto físico.
 
Nebulização e pulverização
A pulverização em grande escala, ou nebulização em áreas como ruas ou mercados, para eliminação do vírus Covid-19 ou outros patógenos não é recomendada. Ruas e calçadas não são consideradas vias de infecção. Pulverizar desinfectantes, mesmo ao ar livre, pode ser nocivo para a saúde das pessoas e causar irritação ou danos aos olhos, respiração ou pele.
Esta prática será ineficaz, pois a presença de sujidade ou detritos, por exemplo, inactiva o desinfectante, e a limpeza manual para remover fisicamente toda a matéria não é viável. Isso é ainda menos eficaz em superfícies porosas, como calçadas e caminhos não pavimentados. Mesmo na ausência de sujidade ou lixo, é improvável que a pulverização química cubra adequadamente as superfícies, permitindo o tempo de contacto necessário para inactivar os patógenos.
Pulverizar pessoas com desinfectantes (como num túnel, gabinete ou câmara) não é recomendado em nenhuma circunstância. Essa prática pode ser física e psicologicamente prejudicial e não reduz a capacidade de uma pessoa infectada, de espalhar o vírus por meio de gotículas ou contacto. Mesmo que alguém infectado com Covid-19 passe por um túnel ou câmara de desinfecção, assim que começar a falar, tossir ou espirrar, poderá espalhar o vírus.
Em espaços internos, a aplicação rotineira de desinfectantes em superfícies ambientais por pulverização ou nebulização (também conhecida como fumigação ou nebulização) não é a mais completa para eliminação do vírus da Covid-19, pois um estudo mostrou que a pulverização como estratégia primária de desinfecção é ineficaz na remoção de contaminantes fora das zonas de pulverização directa. Todas as zonas de sombra ficam sem contacto com o desinfectante e por isso podem continuar contaminadas.
Pulverizar superfícies em áreas de saúde e domicílios de pacientes com desinfectantes, pode não ser eficaz na remoção de material orgânico e pode deixar passar superfícies protegidas por objectos, tecidos dobrados ou superfícies com formas complexas.
A pulverização ou nebulização de certos produtos químicos, como formaldeído, agentes à base de cloro ou compostos de amónio quaternário, não é recomendada devido aos efeitos adversos à saúde dos trabalhadores em instalações onde esses métodos foram utilizados.
Se forem aplicados desinfectantes, isso deve ser feito com um pano humedecido com desinfectante. Alguns países aprovaram tecnologias no-touch para a aplicação de desinfectantes químicos (por exemplo, peróxido de hidrogénio vaporizado) em ambientes de saúde, como aplicações do tipo nebulização.
Além disso, os dispositivos que utilizam radiação UV foram projectados para ambientes de saúde. No entanto, vários factores podem afectar a eficácia da irradiação UV, incluindo a distância do dispositivo UV; dose de irradiação, comprimento de onda e tempo de exposição; colocação da lâmpada; idade da lâmpada; e duração de uso. Outros factores incluem linha de visão directa ou indirecta do dispositivo; tamanho e formato da sala; intensidade; e reflexão.
Estas tecnologias, desenvolvidas para uso em ambientes de saúde, são usadas durante a limpeza terminal (limpeza de uma sala após a alta ou transferência de um paciente), quando os quartos estão desocupados para a segurança da equipe e dos pacientes. Essas tecnologias complementam, mas não substituem, a necessidade de procedimentos de limpeza manual que devem ser realizados.

A nossa mensagem é clara: não há necessidade de complementar os protocolos com medidas adicionais, mesmo quando se fala especificamente do coronavírus.
 

Artigo adaptado da revista ECJ European Cleanig Journal
Para ler o artigo completo e original clique aqui

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